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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

até que se cumpra tudo vamos ter de viver com isso...

domingo, 23 de janeiro de 2011SEM HIPOCRISIA: LEGALIZAÇÃO DO ABORTO!!








Bispo Edir Macedo e seu apoio ao Aborto





O Verme do Silas Malafaia falando sobre Aborto e Células-tronco





De acordo com um levantamento da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), mais de 70% dos brasileiros são contra a legalização do aborto. No entanto a maioria também acha que as leis devem ser revistas. Não é para menos, a lei discriminatória do aborto no Brasil é de 1940, e uma das mais restritivas do mundo, assemelhando-se às do Haiti e Sudão. Mesmo assim, estimativas do Ministério da Saúde indicam que entre 729 mil e 1,25 milhão de mulheres se submetem ao procedimento anualmente no Brasil. Destas, de acordo com organizações não governamentais, pelo menos 250 morrem. Geralmente quem morre são mulheres de classe baixa, que não possuem dinheiro suficiente para fazer o aborto em clínicas, como ocorrem com mulheres de classe média/alta.





Acho que antes de prosseguir é bom deixar bem claro a diferença, que muitas pessoas confundem, de legalização com liberação! É bom ter bem claro em mente, que legalizar é ditar normas, restrições e punições para a prática do aborto; o que facilitaria a fiscalização e punição. Legalizar não é liberar qualquer pessoa para praticar o aborto em qualquer situação em qualquer lugar... Isso é um absurdo! Mas é assim que muita gente, desinformada e desinteressada por um pouco de reflexão sobre o assunto, pensa.





Se o aborto fosse legalizado no Brasil, iria ocorrer muito provavelmente, como já ocorre em outros países: diminuição do número de mortes de mulheres (pobres) que procuram clínicas de aborto clandestinas, diminuição à longo prazo da criminalidade, que se desenvolve muitas vezes, de gravidez indesejadas e famílias desestruturadas. E até o número de abortos que hoje chega em 1,25 milhão pode cair. Isso já foi provado em sociedades que legalizaram o aborto. Isso decorre do acompanhamento do estado durante o processo de tomada de decisão por parte da mulher, que por sua vez tem maior sentimento de apoio e segurança. Um exemplo vem de Portugal. Lá o aborto é permitido até as 16 semanas em caso de estupros e até as 24 semanas em caso de malformação do feto. O governo supervisiona todo o processo, inclusive com um período onde a grávida é obrigada a refletir por alguns dias antes de confirmar que deseja abortar. No caso de má-formação do feto e estupro é mais difícil a mulher mudar de ideia a respeito da decisão de abortar, mas em se tratando de poucas condições econômicas ou outros motivos é mais provável. O que já está ocorrendo é uma redução do número de abortos legais no mundo (inclusive no Brasil), resultado de maior informação e distribuição de anticoncepcionais. Como sempre a Igreja contesta e desaprova o uso de anticoncepcionais dizendo que eles são tão abortivos quanto o Citotec.





Se tomando o exemplo de muitas sociedades que descriminalizaram o aborto e obtiveram mais benefícios do que malefícios, porque a sociedade insiste em dar as costas para esse problema de saúde pública?





O Estado tem que resolver problemas sociais e não ditar políticas de acordo com crenças de uma ou de outra religião.





Mas por trás desse "a favor da vida" (que por si só já convence muita gente, como se fosse um argumento válido) existe um dogmatismo e fanatismo que não condiz com a frase. Sendo o aborto legalizado ou não mais de um milhão de mulheres que o praticam anualmente e muitas morrem (uma a cada dois dias). Assim, somam-se as "mortes" de embriões e das mulheres. Se a legalização fosse feita iria diminuir a soma das mortes totais, diminuindo o das mulheres e dos embriões. Isso é lógica fácil. Mas todo mundo sabe que a diminuição das mortes no geral, não convence quem é "a favor da vida". Pois para os religiosos a única vida que tem valor é a do embrião e não das pessoas... Isso está bem claro quando Paul Hill matou o médico John Britton e seu guarda-costas James Barrett, que saíam de uma clínica de aborto, e feriu gravemente a esposa de Barrett. Antes de ganhar a sentença de morte ele convocou outros ativistas a continuarem seu "trabalho". O motivo é que essas pessoas estão entorpecidas pelo discurso religioso e lhe faltam informação, bom senso e senso crítico. Essa declaração a seguir é a mais perturbadora. Randall Terry, fundador da Operação Resgate, uma organização para intimidar quem oferece abortos declarou: "Quando eu, ou pessoas como eu, estiver governando o país, é bom você fugir, porque vamos encontrá-lo, vamos julgá-lo e vamos executá-lo. Estou falando sério. E farei com que seja parte da minha missão assegurar que vocês sejam julgados e executados." Terry estava se referindo a médicos que realizam abortos. Existem muitas outras declarações parecidas, a maioria de fanáticos norte-americanos. Esses exemplos, para nossa sorte isolados, demonstram duas coisas: Os "a favor da vida" não são tão a favor assim, pelo menos em se tratando de pessoas já formadas; e outra é o cuidado que devemos ter com o crescimento cada vez maior do poderio religioso no Brasil.





É incrível como as pessoas, automaticamente, são contra o aborto. Repetem a mesma ladainha, os mesmos argumentos dogmáticos da Idade do Bronze como Paula Viana, coordenadora do grupo feminista pernambucano Curumim, destacou: “Não somos a favor do aborto, gostaríamos que diminuíssem, mas queremos que o Brasil se iguale a outros países desenvolvidos. Quem critica o aborto são os grupos religiosos fundamentalistas”. Particularmente sou a favor da legalização do aborto porque vejo muito mais benefícios sociais do que malefícios. Países que já legalizaram são exemplos.





Porque não ter preconceitos a favor da legalização do aborto e admitir que seja um direito de escolha da mulher?





Um embrião com até 1 mês, possui menos células do que o cérebro de uma mosca. Se é considerado morte quando o sistema nervoso morre (mesmo todos os outros órgãos funcionando, o que possibilita a doação de órgãos), então porque não é considerado vida quando ocorre o desenvolvimento do sistema nervoso? E isso começa a ocorrer na 5ª semana de gestação e só torna-se funcional bem mais tarde. As pessoas preferem que uma mulher com trilhões de células, milhares de lembranças de pensamentos e sentimentos, rodeada por pessoas que ama etc., sofra só porque a Igreja ainda fala que a alma entra no embrião no momento da concepção (o que já foi refutado a centenas de anos). Primeiro tudo tinha alma, florestas, montanhas, rios, lagos, etc. (Isso é popularmente conhecido sobre os índios norte-americanos). Depois se começou com o dogma de que apenas os seres vivos possuíam alma (todos os animais e plantas). E por fim, Tomás de Aquino em 1268 retirou a alma "racional" dos outros animais, deixando apenas para o ser humano.





Mas todo embrião é alguém que deixa de existir, uma vida em potencial! Esse é o argumento mais usado. Sim, se olharmos retrospectivamente ficamos tomados por um sentimento de assassinato contra aquele embrião; mas isso ocorre porque partimos da noção de uma pessoa totalmente desenvolvida e aplicamos a analogia a algo que ainda não existe. Se todas as pessoas em potenciais nascessem, nosso planeta teria trilhões de pessoas. Isso porque todo óvulo e todo espermatozóide são pessoas em potencial. Todo mês as mulheres descartam um óvulo (às vezes mais) na menstruação. Se esse óvulo fosse fecundado daria origem a uma pessoa. É uma forma de aborto. E o que dizer dos milhões de espermatozóides, que formariam pessoas, que são jogados fora quando um homem se masturba, ou transa com camisinha ou interrompe o coito? São milhares de óvulos e espermatozóides que estão deixando de se encontrar e desenvolver uma pessoa. Imagine quantas pessoas deixaram de existir por isso! Sem contar ainda que de 40 a 60 por cento dos óvulos fecundados são abortados naturalmente sem a mulher perceber. São milhares de pessoas que nasceriam se não fosse ocorrer esse aborto natural. Toda vez que alguém negar em fazer sexo está sabotando o nascimento de alguma pessoa. Os cientistas já conseguiram transformar células da epiderme do braço em espermatozóides e óvulos. Daqui muitos anos poderemos fecundar um óvulo "epidermático" com um espermatozóide transformado de uma célula da sua pele; é só questão de tempo. Isso significa que toda vez que você toma banho e se esfrega, mata milhares de pessoas em potencial? Ácaros, fungos e outros parasitas estão matando células que possuem material genético (as instruções de como fazer uma pessoa) o tempo todo...





Porque todo mundo fala do aborto, mas ninguém dá atenção para a fertilização in vitro? Ocorrem mortes de embriões em dois processos da técnica. Quando é feita a introdução artificial do espermatozóide no óvulo e depois quando eles são implantados no útero, só sobrevivendo alguns de muitos implantados. E porque a polêmica sobre células-tronco embrionárias não convence os fiéis, tanto quanto o aborto, em não votar em quem é a favor dessa técnica? Nesse ponto começa a maior hipocrisia de todas. As técnicas de células tronco embrionárias (que já foram fecundadas e são pessoas em potencial) podem ajudar milhares de pessoas. São fundamentais para o avanço e desenvolvimento de novas técnicas de tratamento e cura (no futuro) de milhares de doenças, síndromes e traumas (incluindo pessoas paraplégicas). Isso acontece porque a palavra fertilização e células-tronco não estão tão rodeadas por mitos, tabus, dogmatismo e fanatismo religioso. E também, porque quando algo vai beneficiar tanto uma pessoa que precisa, ela tende a não possuir tantos preconceitos nem dogmatismo religioso.





Parece que a hipocrisia ao redor do aborto combina bem com a política...

Postado por Fábio Saltiél às 07:43 Enviar por e-mail BlogThis! Compartilhar no Twitter Compartilhar no Facebook Compartilhar no Google Buzz

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